Após o parto, a sexualidade continua a ser um aspecto
de grande importância na vida de um casal. No entanto, devem-se respeitar as
devidas particularidades deste período.
A experiência da maternidade, do aleitamento, a
vivência da dependência total do recém-nascido, das modificações do corpo e
vários outros fatores levam a uma mudança no padrão de comportamento sexual do
casal.
Como todas as mudanças, estas podem ser bem ou mal
assimiladas, tornando-se particularmente difíceis no caso das que envolvem um
par conjugal, que viveu de forma diferente a gravidez e o parto.
Aliados às alterações físicas, os fatores psicológicos
são de fundamental importância na dinâmica do casal que acaba de ter um bebe.
De uma maneira geral, a mulher vive vários sentimentos e dúvidas – ser mãe ou
amante? sentir desejo ou medo? excitação ou rejeição? – e, normalmente, acaba
por transferir para o recém-nascido todas as suas necessidades e expectativas,
perdendo o interesse pelo parceiro.
Infelizmente, o quarto trimestre, caracterizado pelo
pós-parto, pode ser o mais desorganizado para a vida sexual do casal.
A maternidade é bastante diferente na visão do pai e
da mãe, pela diferença clara de papéis assumidos, quer a nível biológico, quer
psicológico e físico.
Antigamente eram principalmente as mulheres que
detinham a obrigação de cuidar dos filhos, de lhes proporcionar educação e
dedicação afetiva.
Hoje em dia, verifica-se uma modificação dos papéis
originais e dessa forma tem ocorrido, sem dúvida, uma mudança no comportamento
com relação ao nascimento de um novo filho, no qual o pai deixa de ser apenas
um provedor, passando a ajudar no cuidado educativo e afetivo.
Sem dúvida que, como em todas as mudanças, podem
gerar-se sentimentos de ansiedade, medo e insegurança. Este é um conflito
natural que o casal pode viver em cada gravidez e que é mais visível na
primeira gestação.
O puerpério ou pós-parto consiste no período após o
parto com duração de até 6 meses. Durante este período haverá o retorno às
condições físicas, hormonais e psicológicas da mulher antes da gravidez.
As alterações físicas afetam todo o corpo da mulher: a
vagina fica mais seca e com dificuldade de lubrificação, os pontos doem, a
barriga fica mais flácida, o peso está acima do normal, os seios produzem leite
e estão muito sensíveis.
Com efeito, durante toda a fase de amamentação, existe
uma baixa produção de estrogênio, o que interfere negativamente sobre a
sexualidade nesta fase. Os aspectos emocionais podem também levar a bloqueios
sexuais no pós-parto.
Aproximadamente um ano após o parto, a grande maioria
dos casais deveria apresentar uma freqüência sexual igual à do período
pré-gravídico. Infelizmente, inúmeros fatores sociais e emocionais negativos,
associados à dificuldade do casal moderno em administrar crises, acabam por
provocar ou manter a inadequação sexual, tornando-se um distúrbio sexual e
conjugal “crônico”.
Este processo, que deveria ser transitório, pode
perpetuar-se, muitas vezes necessitando de ajuda especializada (terapia sexual/
casal).
Por maiores que sejam as mudanças fisiológicas que
acontecem após o parto, as mudanças psicossociais que envolvem o novo triângulo
acabam muitas vezes por se sobrepor.
Para algumas mulheres ou casais este período de ajuste
pode ser mais fácil e tranqüilo do que para outras.
É possível dividir, ainda
que de forma flexível, o período de pós-parto ou puerpério em três etapas.
* 1ª etapa: Sensações
imediatas do pós-parto.
O que é
importante nessa etapa?
Além dos aspectos psicossociais é importante enfatizar
as condições físicas ligadas às dores dos pontos da episiotomia (em casos de
parto vaginal) ou dos pontos da cesariana, mais ou menos relevantes em cada um.
Coincidindo com importantes modificações hormonais que
ocorrem após o aparecimento do leite, algumas mulheres vivem sentimentos
depressivos marcantes.
É natural que os quadros de depressão pós-parto
mereçam por vezes ajuda de um psicoterapeuta. Nestes casos, a questão sexual
fica para segundo plano.
É mais provável que durante este tempo (1ª ou 2ª
semana após o parto) não haja oportunidade para o encontro sexual, porém, isso
não impede que o casal troque carícias, algo de extrema importância.
A sexualidade não é obrigatoriamente sinônimo de
contato genital, e, portanto, não se restringe ao encontro dos genitais. A
sexualidade humana implica necessariamente o envolvimento de quatro dimensões:
afetividade, emoção, comunicação e prazer. As carícias, mesmo que não impliquem
o ato sexual em si, podem ser retomadas imediatamente e deve fazer parte de todo
o ciclo grávido-puerperal.
* 2ª etapa: (1
a 3 meses):
Em geral noites de sono interrompidas para o processo
de amamentação podem levar a um esgotamento físico.
Não é raro ocorrerem queixas de grande cansaço físico
que pode, inclusive, dever-se a anemia, podendo agravar os sentimentos de
depressão. Conseqüentemente, o casal pode ter perturbações na vida sexual,
sendo que muitas mulheres não têm interesse sexual no 1º ou no 2º mês após o
nascimento da criança.
Será devido à queda do estrogênio associada à retirada
da placenta e a uma diminuição dos níveis hormonais comparativamente ao período
da gravidez? Provavelmente não, já que o estrogênio não tem relação com a
libido (desejo sexual).
Será por uma ação do hormônio prolactina (da
lactação)? Provavelmente sim, já que esta é comprovadamente inibidora do desejo
sexual. Além disso, associado ao aumento desse hormônio, verifica-se a
diminuição do estrogênio, que origina uma dificuldade de lubrificação vaginal,
o que pode ocasionar desconforto no sexo. Para combater este problema, pode
utilizar um lubrificante vaginal à base de solução aquosa ou hormônios de
aplicação na vagina prescritos pelo médico.
Quando retomar a atividade sexual após o parto? O
período de abstinência pós-parto varia muito de uma cultura para outra. Em
geral, recomenda-se evitar ter relações sexuais nas quatro primeiras
semanas pós-parto.
* 3ª etapa :
Podemos considerar que
esta etapa dura toda a vida até que os filhos cresçam, porém, com a maternidade
algo se modifica para sempre na vida do casal. Está provado que a vida sexual
de um casal com filhos versus casal
sem filhos é muito diferente. Praticamente não há diferenças entre a mulher que
teve um parto e a que não teve.
É importante referir
que estas alterações são, à partida, transitórias, e que, portanto haverá um
retorno às condições anteriores após certo período.
Se sentirem que se
tornou muito difícil de suportar, procurem a ajuda de um profissional médico,
psicólogo ou sexólogo! No entanto, é essencial que tanto a mulher quanto o homem
entendam esta fase e tentem contornar as dificuldades da melhor forma possível,
com muito diálogo, carinho e paciência.
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Podemos considerar que a vida sexual para a puepera é muito importante pois a sexualidade neste período precisa ser respeitada pelo marido e compreendida .
ResponderExcluirtomara que vários marido leiam este blog.
Tomara que leiam mesmo Elizabeth!!!
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